Dia 21 de Março, assinalamos o Dia da Árvore e, já agora, aqui fica um desafio: selecciona um poema breve, da tua preferência e cujo tema central seja A Árvore. Podes inseri-lo neste blogue e dá-lo a conhecer.
Resultando de uma primeira escolha, deixo-te o poema abaixo, da autoria de Joaquim Manuel Magalhães:
Resultando de uma primeira escolha, deixo-te o poema abaixo, da autoria de Joaquim Manuel Magalhães:
Vêm do olival os cestos
Sendas por pastagens e lameiros,
À mistura de verbena e dos teus risos.
Na telha de rebordo dos beirais
O rumor do vento. Ninhos em rama
Presos às goteiras. Passos
Pelo chão de urtigas.
Azeite cru na torcida das candeias.
Azeite velho sobre sêmea torrada.
E bagaço. E a alegria das mãos sujas.
Ervas brancas e resedas
Cobrem as cantaras de leite.
Vai anoitecer para nós partirmos.
2 comentários:
Aqui fica a minha sugestão para o próximo dia da árvore:
Um renque de árvores lá longe, lá para a encosta.
Mas o que é um renque de árvores? Há árvores apenas.
Renque e o plural árvores não são cousas, são nomes.
Tristes das almas humanas, que põem tudo em ordem,
Que traçam linhas de cousa a cousa,
Que põem letreiros com nomes nas árvores absolutamente reais,
E desenham paralelos de latitude e longitude
Sobre a própria terra inocente e mais verde e florida do que isso!
(Alberto Caeiro)
Alberto Caeiro... uma excelente escolha! ;o)A simplicidade da Natureza vs a complexidade do Homem. Well done, Tiago!
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